Villa Romana da Quinta da Fórnea
A estação arqueológica romana de Villa Romana da Fórnea está situada no concelho de Belmonte a 2 km desta vila pela EN 345 em direção a Caria.
Esta villa agrícola é dos finais do séc.II d.c., e inícios do séc. III d.c.,intencionalmente abandonada séc. IV d.c.. Localizava-se em território dosLancienses Transcudani (povo que habitava esta parte da Lusitânia), zona de forte densidade populacional e com certeza de grande dinamismo económico, pois aqui passava a via que ligava Emerita Augusta a Bracara Augusta.
Nas escavações foram encontradas estruturas relacionadas com a pars rústica(o alojamento de servos), a dómus (residência senhorial) se localizaria nas proximidades e o balneário. Da pars rústica e da frumentária (celeiro, lagar, estábulos) conhecem-se alguns muros, pavimentos e canalizações. Esta área, separada da zona residencial por um valado, domina uma ligeira elevação a norte.
Celeiro e Unidades Transformadoras |
Fornalhas |
A escavação colocou a descoberto uma enorme propriedade de planta retangular, com pátio interior, para além da zona dos celeiros e dos lagares onde foi encontrado um dolium, um grande pote de barro para armazenamento, entre vários tanques onde ainda é visível o revestimento original opus signinum.
Apodytarium - Vestíários |
Foram também descobertas estruturas monumentais pertencentes a uma necrópole que terão sido provavelmente jazigos de famílias. Esta propriedade rural terá albergado uma pequena comunidade autossuficiente provavelmente constituída por uma família e seus servos. Dos vestígios da construção postos a descoberto destacam-se as fundações da residência, dos estábulos, das forjas e dos celeiros, tudo organizado em formas quadrangulares perfeitas. A dividir as duas principais áreas está um caminho de grandes blocos de granito que realça a entrada principal da villa e o pátio, do qual se pode partir para a fundição que ainda guarda escórias de ferro resultantes do fabrico das alfaias agrícolas.
Do espólio recuperado destacam-se uma moeda, um sestércio do Imperador Adriano, vários pesos de tear, vários dolium que se encontravam originalmente semienterrados para manter frescos os líquidos que continham e ainda inúmeros fragmentos de cerâmica sigillata e alguns objetos de ferro. No local também existem duas mós.
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