terça-feira, 1 de outubro de 2013

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Extraído daqui:


Centum Cellas–Villa de Lucius Caecilius
 
A estação arqueológica romana de Centum Cellas também conhecida por “Torre de S. Cornélio” devido à morte de S. Cornélio que em 253 d.c., segundo a tradição, terá estado encarcerado neste edifício de 100 celas.

 
Torre S. Cornélio



Esta estação arqueológica está situada no concelho de Belmonte, próxima da confluência da ribeira de Gaia com o Rio Zêzere, em Colmeal da Torre EN 18, estando classificada como Monumento Nacional.

 
As funções atribuídas ao conjunto arqueológico foram Praetorium doacampamento militarPrisãoestalagem – mansio fortificado devido à proximidade de via militar; templo romanoedifício residencial de villaatendendo à compartimentação interna do conjunto. Na verdade, tudo parece ter sido contemplado e proposto.

 
Construção séc. I e II d.c. na época do Imperador Augusto ou pelo seu pelo seu fiel general Agripa; organização de um provável povoado ou cidade, numa zona de exploração mineira, na proximidade da via militar Bracara Augusta a Emerita Augusta e do hipotético castro do Monte de Santo Antão.

 
Entre os finais dos séculos III/IV d.c. houve um incêndio que destruiu parcialmente destruído tendo sido alvo de reconstrução do conjunto arqueológico, designadamente ao nível da disposição dos vários elementos que o compunham na origem. De entre este conjunto de remodelações, realçamos a presença de uma sala com ábide e larário, para cuja edificação foram reaproveitados materiais pertencentes às estruturas preexistentes onde aparecem sete áreas decoradas, com referências a Vénus e Minerva e de Lucius Caeciliuapontado como proprietário da Villae.

 
A área intervencionada até ao momento contempla somente uma pequena parcela da pars urbana da villa, que foi parcialmente danificada pela construção da estrada municipal que conduz ao Colmeal da Torre, passando a norte de Centum Cellas.
 
Villa Romana de Centum Cellae - Vista parcial
 
Quanto às Termas e à pars rústica, as suas zonas ainda não foram objeto de escavação, existindo a forte probabilidade de se encontrarem irremediavelmente perdidas para a investigação, ao terem sido destruídas pela plantação de vinhas, bem como pela construção de habitações recentes.
 
Exedra
 
Das escavações aqui efetuadas dirigidas identificaram-se dois marcos miliários; do espólio consiste ainda cerâmica comum, terra sigillata, cerâmica cinzenta fina polida, cerâmica pintada, numismas, fíbula zoomórfica, alfinete, pesos de tear, fragmentos de ossos incinerados e carvões, este espólio está depositado no Museu Francisco Tavares Proença Júnior (Castelo Branco). Terão sido identificados vestígios de exploração metalífera romana, de habitações e cemitério romanos e que o edifício da Torre não se encontrava isolado, antes sim, inserido num conjunto estrutural mais amplo e complexo, que incluía diversos compartimentos, de entre os quais sobressaiam salas, corredores, escadarias, caves e pátios. Por conseguinte, a Torre revela-se a parte central e melhor conservada daquela que terá constituído a villa de Lucius Caecilius, um abastado cidadão romano, negociante de estanho, que, em meados do século I d.c. mandou edificar a sua residência nesta zona, sob direção de um arquiteto, o qual, ao que tudo parece indicar, conheceria com profundidade as técnicas construtivas ditadas por Vitrúvio. Composta de apenas de dois pisos, a Torre reveste-se de uma evidente centralidade e imponência arquitetónica, em redor da qual se desenvolveu a restante estrutura habitacional, desempenhando um papel de autêntico epicentro das suas ecléticas tarefas diárias.

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