domingo, 20 de outubro de 2013

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COVILHÃ:HOSPITAL COM DIFICULDADES NAS ESCALAS MÉDICAS

O hospital Pêro da Covilhã enfrenta dificuldades na elaboração de escalas médicas depois de 26 clínicos gerais e médicos de Medicina Geral e Familiar do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Cova da Beira terem ficado legalmente impedidos de assegurar urgências hospitalares.

Em comunicado, o CHCB refere que uma dezena de médicos tinha contrato de exclusividade com o ACES Cova da Beira e os restantes, não estando em regime de exclusividade nos cuidados de saúde primários, asseguravam o serviço através de empresas.

A proibição de realizarem urgências hospitalares foi comunicada à Administração do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) no dia 8 de Agosto através de uma circular normativa emitida pela Administração Regional de Saúde do Centro, dando conta que os médicos deixariam de ter enquadramento legal para realizar trabalho nas urgências hospitalares devendo, por isso, cessar funções em Setembro.

Em menos de dois meses, o CHCB acelerou o processo de contratação de uma empresa de prestação de serviços médicos que garantisse mensalmente 1680 horas no serviço de urgência geral e pediátrica que deixariam de ter cobertura a partir de Outubro.

Perante o volume de horas solicitado, a empresa evidenciou dificuldades na colocação de médicos. O CHCB colmatou as insuficiências recorrendo a médicos da instituição para garantir a manutenção da qualidade assistencial do serviço.

A empresa foi contratada a partir de uma lista da Administração Central do Serviços de Saúde (ACSS), à qual o CHCB teve obrigatoriamente de recorrer estando, por isso, impossibilitado de escolher outras empresas, particularmente, aquelas que pertencem a médicos de família que prestaram serviço na urgência ao longo dos últimos anos.

Ao longo deste ano, o CHCB diz ter alertado os responsáveis ligados aos cuidados de saúde primários, em diversas ocasiões, para a vantagem de manter o modelo de organização usado ao longo das duas últimas décadas, disse Rosa Ballesteros, diretora clínica do CHCB.

A médica reconhece a existência de «vantagens económicas para o hospital na contratação dos médicos através da empresa» mas alertou para o fato de serem «tarefeiros, nem sempre especializados em medicina geral e familiar» e para «a ausência de relação prévia com o hospital e com a população da região».

Rosa Ballesteros espera que o protocolo possa ser retomado para «dar continuidade a uma longa colaboração que permitiu um óptimo atendimento a doentes em situação de urgência», até porque «temos conhecimento do interesse dos médicos em prosseguir a colaboração».

O Hospital Pêro da Covilhã, integra o Centro Hospitalar Cova da Beira, atendendo anualmente perto de 120.000 doentes urgentes nos serviços de Urgência Geral e Pediátrica (onde Clínicos Gerais e Médicos de Medicina Geral e Familiar prestavam serviço) e Obstétrica (assegurada por médicos especialistas).

Os médicos de família são médicos de primeiro atendimento que observam os utentes antes de serem encaminhados para especialistas hospitalares nos serviços de urgência

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